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Governo dos Açores quer alcançar em 2023, sete anos antes do previsto, os 30% de áreas marinhas protegidas

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O Presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, declarou hoje que é objetivo do Executivo atingir em 2023, sete anos antes da meta definida em termos europeus, os 30% de áreas marinhas protegidas, prova da “ousadia” da Região e de uma estratégia “acelerada” na comparação com terceiros.

“Estamos à frente, por nossa própria iniciativa. Estamos a fazê-lo por motivação e convicção própria”, mesmo integrados na estratégia europeia, declarou José Manuel Bolieiro, que falava em Ponta Delgada, em reunião com diferentes parceiros do projeto Blue Azores.

“Fomos sempre, na nossa história, mais fruidores do potencial que a Natureza nos deu do que propriamente predadores da riqueza dos nossos ecossistemas. E se é essa a nossa história, que nos orgulha e prestigia, é para presente e futuro nosso dever manter este exercício de uma relação não predadora, mas sim de pleno respeito pela nossa natureza”, declarou o governante.

Aliás a ciência “à vida económica e social” assente no mar é condição essencial do programa Blue Azores: “nada será feito na ausência, sem o acompanhamento e sem apreciação crítica”, garante José Manuel Bolieiro.

“Muito obrigado pela vossa dedicação a este projeto”, disse ainda o Presidente do Governo, dirigindo-se às perto de duas dezenas de entidades presentes na reunião, tida no Palácio da Conceição.

O Governo Regional dos Açores iniciou hoje o processo de envolvimento e diálogo com diferentes entidades para a definição de novas áreas marinhas protegidas, com vista a atingir a meta dos 30% das Áreas Marinhas Protegidas no Mar dos Açores, com 15% de área totalmente protegida.

O Conselho do Governo havia deliberado em setembro que a Região atinja a meta dos 30% das Áreas Marinhas Protegidas no seu mar, com 15% de área totalmente protegida.

Tal objetivo sucede à receção de documento do Comité Técnico e Científico do projeto Blue Azores sobre a estratégia relativa ao Mar profundo ao nível da criação das Áreas Marinhas Protegidas.

Continuar-se-á agora o trabalho de envolvimento e diálogo com os 'stakeholders' para se alcançar este desiderato, respeitando o rendimento dos pescadores e a utilização sustentável do mar e recursos dos Açores.

O processo envolve as comunidades locais, como associações representativas da atividade piscatória, lúdica e profissional, e as atividades marítimas turísticas, representantes da administração regional, organizações não-governamentais ligadas ao ambiente, e individualidades com interesses ligados ao mar dos Açores.

Para a primeira fase, estão envolvidas no processo as entidades com interesse na área Offshore. Seguir-se-ão as entidades e utilizadores da área Costeira, num processo que será desenvolvido, já a partir de janeiro, ilha a ilha.

As áreas marinhas protegidas são essenciais para salvaguardar a biodiversidade e a saúde dos ecossistemas marinhos, funcionando como santuários que garantem sistemas marinhos intactos onde as espécies aumentam em número e tamanho, ajudando a restaurar populações saudáveis dentro e fora dos seus limites. Quando totalmente protegidas, permitem proteger e recuperar a natureza, contribuindo para a construção de uma economia azul sustentável próspera e para a criação de mais oportunidades de emprego para as comunidades que dependem de um oceano saudável.