Observatório do Atlântico será “verdadeira rede de ciência e tecnologia”, destaca Presidente do Governo
O Presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, considerou hoje que o Observatório do Atlântico, contratualizado esta tarde, será uma “verdadeira rede de ciência e tecnologia” que junta diversos intervenientes com “entendimento estratégico” comum sobre as prioridades para o futuro.
“É entusiasmante podermos reunir consenso e sentido estratégico”, considerou o governante, falando hoje no Salão Nobre do Palácio de Sant’Ana, em Ponta Delgada, após a assinatura do contrato para a constituição do Observatório do Atlântico.
Na assinatura estiveram também presentes, da parte do Governo da Região, os Secretários Regionais do Mar e Pescas, Manuel São João, e da Cultura, Ciência e Transição Digital, Susete Amaro, enquanto do Governo da República marcaram presença os Ministros da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor e do Mar, Ricardo Serrão Santos, para além do Secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Jorge Seguro Sanches.
“O Governo de Portugal, pedagogicamente, deixa aqui uma marca que importa para o futuro: a da compreensão da integralidade territorial do país e a importância geoestratégica de todo o País”, que tem nos Açores “centralidade” e no mar “referência de futuro”, destacou José Manuel Bolieiro.
Para o governante, projetos como o hoje contratualizado merecem “dialética” entre todos os seus intervenientes, o que tem vindo a suceder.
“A construção de coisas relevantes faz-se com dialética”, sendo esta troca permanente de ideias e objetivos “relevante e estratégica para construir consensos de convicção”.
“São estes elementos que contribuem para o futuro e o devir do planeta, mas sobretudo da humanidade, da ciência, investigação e desenvolvimento”, disse ainda, referindo-se aos propósitos do Observatório.
O Observatório do Atlântico é organizado como uma unidade conjunta de investigação, promovendo a rede de autoridades marinhas e instituições de investigação relevantes, com forte envolvimento das comunidades de investigação do continente e dos Açores e Madeira, e assenta na criação e operação de um sistema de observação marinha integrado, a partir de iniciativas globais ou regionais em curso, promovendo o ‘networking’ entre as partes interessadas, e agindo como um único ponto de dados de acesso, informações e serviços associados ao Atlântico.
Alguns dos objetivos da entidade serão a dinamização de atividades de referência internacional nas áreas da investigação, monitorização e transferência de conhecimento sobre o Atlântico, especialmente do mar profundo e do mar aberto, reforçando os atuais sistemas de observação e monitorização do Oceano, ou estimular e promover projetos que permitam aumentar o conhecimento sobre o Atlântico e sobre os processos geradores de recursos vivos e não vivos, contribuindo para aumentar o emprego científico e o emprego qualificado em ciências e tecnologias do mar em Portugal.
Também o mapear e conhecer a batimetria de toda a área sob soberania ou jurisdição nacional, incluindo a plataforma continental para além das 200 milhas marítimas, até 2030, e o reforçar da atividade de investigação e desenvolvimento aplicada aos desafios da nova economia do mar, com especial atenção para a aquacultura, são outros dos desígnios do Observatório do Atlântico.
O organismo estará sedeado na cidade da Horta, na ilha do Faial, na Universidade dos Açores, o que mereceu elogios do Presidente do Governo à Academia Açoriana.
A instalação no Faial “distingue e honra também a Universidade dos Açores” e o seu “património de saber e prestígio adquirido”, disse José Manuel Bolieiro.
E concretizou, em jeito de balanço da sessão: “Hoje foi um ponto de chegada mas é sobretudo um ponto de partida”.