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Açores marcaram presença em ‘workshop’ de Paleontologia Marinha e Geologia Litoral nas Ilhas Canárias

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O Governo Regional dos Açores esteve representado no primeiro ‘workshop’ de Paleontologia Marinha e Geologia Litoral das Ilhas Canárias, que se realizou entre os dias 6 e 11 de novembro, a convite do Museu de Ciências Naturais de Tenerife e do Cabildo de Fuerteventura.

Esta participação permitiu potenciar sinergias entre parceiros da Macaronésia com o fito de procurarem, junto da UNESCO, o reconhecimento dos paleoparques como figuras de proteção ambiental paleontológica.

O evento deu a conhecer os recursos paleontológicos das Canárias, em particular da ilha de Fuerteventura, seguindo o exemplo do que os Açores levaram a cabo em Santa Maria.

Na iniciativa reuniram-se especialistas espanhóis e portugueses em paleontologia e participarem diversos investigadores das Universidades dos Açores e de Lisboa, bem como do Instituto Hidrográfico de Portugal.

A participação de Sérgio Ávila, Diretor Regional da Ciência e Transição Digital, permitiu potenciar sinergias entre parceiros da Macaronésia com o fito de procurarem, junto da UNESCO, o reconhecimento dos paleoparques como figuras de proteção ambiental paleontológica, à semelhança do que sucede com as Reservas da Biosfera, para o mundo biológico, e dos Geoparques, no domínio geológico.

Uma futura candidatura da figura dos paleoparques à UNESCO será trabalhada num documento conjunto a subscrever por vários países e regiões, estando assegurado o interesse dos Açores, Madeira e Canárias.

Em meados de 2022, pretende-se que aquele documento constitua a base de uma proposta formal a ser apresentada à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Na base deste potencial reconhecimento internacional da figura dos paleoparques, encontra-se o trabalho pioneiro desenvolvido pelos Açores na ilha de Santa Maria, onde está criado o primeiro paleoparque do mundo.

Relativamente ao Paleoparque de Santa Maria, integra 20 jazidas fósseis e permite preservar os elementos paleontológicos e geológicos desta ilha Açoriana, onde se inclui a maior jazida multiespecífica de fósseis a céu aberto do Atlântico Norte.

O ‘know-how’ científico português em matéria de paleoparques esteve em evidência durante o ‘workshop’ nas Canárias, visto que o trabalho desenvolvido pelas equipas de investigação portuguesas em Santa Maria, extrapolado para outras latitudes, fornece uma sólida base para o estudo, caracterização e futura proteção das jazidas paleontológicas de Fuerteventura e de outras ilhas, canarinas e não só.

À semelhança do trabalho desenvolvido pelos Açores, também as Canárias perseguem agora o objetivo da criação de paleoparques nesse arquipélago.

A Região Macaronésica – Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde – tem um extenso registo fossilífero estudado por diversos grupos de investigação de prestígio internacional. O mais estudado e conhecido é o da ilha de Santa Maria, onde a investigação das jazidas fósseis e o conhecimento da sua evolução geológica resultaram, até à data, num impressionante repositório de publicações científicas em revistas de impacto.